segunda-feira, 19 de junho de 2017

NIMIC NOU SUB SOARE














                                                                
                                                        Nada de novo sob o sol. Quando a gente pensa que está vendo algo de novo, logo percebemos que estamos vendo a repetição do que se viu antes. A história não se repete, mas os fatos acontecem mais ou menos da mesma forma. É a roda da vida, o eterno retorno. Tudo se reproduz e volta a seu lugar. Eu já vi tudo? Sim mesmo que que tu não te recordes. Me pegaram. Puseram-me numa barra de ferro. Amarraram meus punhos, agarrados ao joelho passados por cima da barra e eu ficava ali pendurado de cabeça para baixo, a mais ou menos um metro do chão. Me carregavam para todos os lados. Às vezes colocavam uma chupeta em minhas orelhas e ligavam numa tomada elétrica. Durava pouco o choque, mas era muito doloroso e terrificante. Outras vezes vinham com um baldo d´água para simular afogamento. De vez em quando me vinha uma energia não se sabe de onde e eu lhes perguntava se a justiça sabia disto tudo. Eles dizia, a justiça hoje somos nós. Mas a maioria dos juízes sabem disto porque têm parentes nas forças e todo lhes conta o que se passa aqui. A maioria aprova nosso trabalho. Eles também querem limpar o Brasil desta praga chamada comunismo. Mas eu não sou comunista, cara. Não, e como quando você foi preso estava com um livro vermelho? Poxa, cara, apenas a capa era vermelha, porque falava do sol.
                                         E eu, cara, você não acredita. acusada de bruxaria. Tiraram toda minha roupa para ver se eu não tinha uma tatuagens de bruxaria. Como não confessava, porque não tinha o que confessar, seviciaram-me, mesmo dizendo terem medo do diabo passar para corpo deles. 
                                            Mas sua hora vai chegar. O povo se cansa de tudo. Vão descobrir que tudo não passa de um engodo. Que por detrás de tudo isto há muitos interesses não declarados. Pode ter certeza que vai aparecer um maluco, que não tive coragem de ser, e vai botar seus podres todo pra fora. Não adianta orar. Sua contrição é uma enganação. E 1494 chegará. Ah, sim, chegará. Eu sonho com isto.
                                           Vlad me chamo, Vlad Ţepeş, o terceiro da dinastia. A comida me sabe mais, enquanto aprecio uma estaca entrando pelo anus do camarada enquanto ele se retorce e geme. O gemido parece de gozo. Me excita. Dizem que Assurbanipal, também gostava disto. Será que o imito sem saber? 
                                               Eu sou Soleyman ben Mouhammad Amine el-Halaby, também conhecido como Suleiman al-Halabi ou ainda Soliman El Halaby. Sentença pela morte de Jean-Baptiste Kleber, capanga de Napoleão do Egito:  "Queimaram-me os punhos, depois fui empalado vivo. O algoz, um tal de Bartolomeu, que sejam malditos, todos Bartolomeus, se curvou sobre mim, e com uma faca fez um buraco em meu ventre, depois pegou uma estaca e enfiou em mim, batendo com um martelo, depois amarrou minhas mãos e meus pés suspendendo-me a uma altura, onde me fixou, enterrando a estaca num buraco. Nesta posição passei umas 4 a 5 horas de sofrimento, só morri logo porque um soldado, apiedando-se de mim, (No meio da barbaridade, há sempre alguém que não concorda com a barbárie, felizmente), enquanto Bartolomeu se ausentava, me deu de beber, o  que me levou logo à morte e ao fim do meu sofrimento. Pensas que já vistes tudo? Muitas coisas tu verás, enquanto o homem viver.

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