sábado, 30 de junho de 2018















                                  Mestre, tem muito trabalhador comemorando o fim da obrigatoriedade do imposto sindical. E tu estás preocupado com isto, Pilicarpe? Como não estar, mestre? Pois, não devias. Mais algum de vocês, preocupado? Esta reunião não era para se tratar disto, mas puxaste o assunto, assim, vou passar para vocês um pensamento do trisavô de Pilicarpe. Pode servir para o hoje. Não sei se ele sabe. Pilicarpe, homenagem ao trisavô, também, Pilicarpe. Inda o vejo, n´Aroeira, reclamando dos netos. Dando lições. Nunca foi a uma escola, mas lia, escrevia e falava como ninguém, filósofo nato. Dizia: Fico muito puto quando vejo um negro pensar como branco. Realmente, de se indignar, um trabalhador pensar como patrão. Há, um lado bom disto. É que o patrão toma gosto bate mais ainda no trabalhador e isto pode servir de lição. Eu diria que deviam fazer mais. Matar um trabalhador é até ato de caridade cristã. Põe-se fim ao sofrimento. Solução dolorosa, mas faz o que fica, pensar.

quinta-feira, 28 de junho de 2018

CINE SUNT EU, MARYLAND?








                                               Quem sou eu, Maryland? Não sabes? Oh, mundo, ouvirás falar de mim. Não vás repetir o de sempre. A pequena Annapolis será ouvida no mundo e a Capital Gazette, uma publicidade gratuita. Contradição do capital. Quanto não ganhou o capital com as fotos de Che Guevara, seu boné e seu charuto? ganharão com este ato. Detestável. Melhor seria se morrêssemos de velhice! Não. Morre-se a cada minuto, cada segundo. Você já pensou, quantas pessoas meu país apagou hoje, ao redor do mundo? E fazem um escarcéu de pequenos atos de quem se sente injustiçado. Não justifica. Mas por quê o silêncio? Gente precisa falar o que sente, aqui não pode. Não é patriótico. Na terra dos apaches, (Apaches do Tororó, te amo), dos comanches, (Suor, cerveja e sangue, no carnaval da Bahia, sete mortes, felizes, morreram dançando),  dos creeks, dos navajos, dos pueblos, dos cherokees, dos iroqueses, dos choctaws, dos sioux, dos blackfeets, dos chipewas, dos mandans  e tantos outros não se pode ser diferente, intolerância. Unanimidade, querem. Democracia do mais forte. Cruéis imigrantes, eles próprios imigrantes, criaram a maior potência do mundo. Hoje, separam, crianças aqui nascidas, de seus pais imigrantes. O mestre diz: Se não podes alcançar a lua, não lhe jogue pedras. Joga-as no mais próximo, surtirão mais efeito. Alguém mesmo chegou reconhece isto dizendo: ataques assim atingem toda a nação. Helas, nenhum povo venceu sem derramar sangue, seu e dos vencidos. Portanto, não se julgue qual sangue derramado é mais justo. Todo sangue derramado é igualmente feroz. E a prisão? pior, é morte lenta. Um morto vivo, o prisioneiro.

segunda-feira, 11 de junho de 2018













                                                          Ela vem apressada. Atravessa um bosque onde não penetra o sol. Traz um capuz, esconder o rosto e não ser reconhecida. Veste uma túnica puxando para o cinza e por baixo outra mais ajustada ao corpo de cor mais escura. A certo momento, porque tinha certeza de que estava sendo seguida, vai-se desfazendo do cinza, queimando-a pelo caminho. Isto pode ser uma, mas ela em zigue-zague, em círculos e de costas como faziam os índios para despistar possíveis seguidores. O bosque vai-se tornando claro à proporção que se aproxima de seu destino. Uma construção à moda de castelo onde lhe esperam os membros da organização. Do alto eles a esperam, mas quando chega à porta, eles demoram em abri-la. Ela grita, olhando para o alto. Que vocês estão esperando? Que me matem para abrir esta porta? Como que reconhecendo sua voz, abrem a porta e ela entra. A porta se fecha imediatamente. As mulheres têm, na organização o mesmo status que o homem, não há distinção, cada qual homem ou mulher vai-se  encaminhando para tarefas de acordo com a aptidão de cada um. Em algumas formas de luta mesmo, há mulheres melhores que os rapazes. Tudo aqui é de uma disciplina impressionante. A regra maior é o silêncio, fala-se pouco, não por imposição, mas por disciplina, por hábito de pensar. Diria uma espécie de convento, onde tudo segue um horário, uma regra.

domingo, 3 de junho de 2018

                                                       












                                                              Cicuta. A quem te lembras? Bomba de Hiroshima te leva a quem? Cadeira elétrica te leva aonde? Guilhotina te lembra alguma coisa? Já ouviste falar de Guantânamo? Gulag que significa para você? E Patrice Lumumba você já ouviu falar dele? Você sabe que a Bélgica e a CIA  o mataram? Você tem noção de quantas pessoas  morreram na segunda guerra mundial? Quarenta e cinco milhões, talvez. Para quê? Em verdade o que defendiam estas pessoas? O capital de uns poucos? Mudou alguma coisa? Talvez nunca se justifique uma guerra, mas se tens um tirano em tua terra, é preciso que seja eliminado. E saiba, nem sempre é um governante o tirano. Podes ter um tirano bem em tua  frente e tu o suportas em nome de que? Da piedade cristã? Pergunta se ele tem piedade de ti. 

RCMT81211