segunda-feira, 11 de junho de 2018













                                                          Ela vem apressada. Atravessa um bosque onde não penetra o sol. Traz um capuz, esconder o rosto e não ser reconhecida. Veste uma túnica puxando para o cinza e por baixo outra mais ajustada ao corpo de cor mais escura. A certo momento, porque tinha certeza de que estava sendo seguida, vai-se desfazendo do cinza, queimando-a pelo caminho. Isto pode ser uma, mas ela em zigue-zague, em círculos e de costas como faziam os índios para despistar possíveis seguidores. O bosque vai-se tornando claro à proporção que se aproxima de seu destino. Uma construção à moda de castelo onde lhe esperam os membros da organização. Do alto eles a esperam, mas quando chega à porta, eles demoram em abri-la. Ela grita, olhando para o alto. Que vocês estão esperando? Que me matem para abrir esta porta? Como que reconhecendo sua voz, abrem a porta e ela entra. A porta se fecha imediatamente. As mulheres têm, na organização o mesmo status que o homem, não há distinção, cada qual homem ou mulher vai-se  encaminhando para tarefas de acordo com a aptidão de cada um. Em algumas formas de luta mesmo, há mulheres melhores que os rapazes. Tudo aqui é de uma disciplina impressionante. A regra maior é o silêncio, fala-se pouco, não por imposição, mas por disciplina, por hábito de pensar. Diria uma espécie de convento, onde tudo segue um horário, uma regra.

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