quinta-feira, 11 de outubro de 2018












                                    Estamos numa situação difícil, mestre. As pesquisas não são nada favoráveis. O que fazer?
                                       Não teríamos nada a fazer se nós, realmente, acreditássemos nas eleições como única forma de luta. Mas não somos tão ingênuos assim. Eleição é apenas uma das formas de luta. Veja os Estados Unidos. Eles se restringem às eleições? O que dizer de matanças de vez em quando nas escolas e outros locais? Vocês, realmente acreditam na versão que divulgam?  Em todo caso, tem de partir pra cima do eleitor, esqueçam um pouco os meios eletrônicos, lembrem que no Brasil somente cerca de sessenta por cento da população tem celular, e com zap então, nem se fala. Tem que partir para os bairros, no corpo a corpo, no olho no olho. A máquina ajuda, mas é muito fria para convencer pessoas. Elas gostam de ser tocadas, olhadas no rosto, ouvir palavras de consolo, orientações, contar suas mágoas, ter um ouvido para descarregar suas mágoas. Não fiquem aí na internet pensando que vai convencer quem foi inundado de mentiras, de fake news. Não, agora só o olho no olho pode mudar alguma coisa. Corram senão não teremos mais tempo. 

quinta-feira, 4 de outubro de 2018














                              Não, não, não. Tem muita gente confundindo nossa fala da reunião passada,sobre a meditação. Alguns estão confundindo com oração. Não, absolutamente, nada a ver. Oração nunca foi meditação. Oração é uma fórmula feita, já preparada para você repetir ad infinitum. Meditação é deixar seu pensamento bailar de um lado para outro, de cima para baixo, de baixo para cima. Oração é se prender numa fórmula, meditação é se deixar levar sem direção, sem qualquer ponto definido. A oração não conduz a nada, a meditação nos leva para todos os lugares.
                                 Mestre? Diga meu amigo. Mas, não foi pela oração que o cristianismo chegou aonde está? Enganou seu, Deus, se existisse, estaria cagando para nossas orações. Aliás, se ele fosse Deus mesmo, seriam nossas orações capazes de torná-lo maior do que é, melhor do é, ou enfim modificar seu querer por uma simples oração de um cagão?
                                     Rapaz, o que tornou o Igreja o que ela é, foi a espada, cara. Olha a história. Quantas guerras, as cruzadas, o genocídios de indígenas nas Américas, negros na África e aborígenes em todo o Pacífico e tu ainda pensas em oração? Se liga, cara. 

quinta-feira, 20 de setembro de 2018















                                O hábito da meditação deve ser uma das nossas regras, mas isto não quer dizer vamos fazer meditação como fazem os religiosos. Nós não estamos em busca de Deus, nem em busca de uma felicidade no além, nós estamos em busca da felicidade aqui na terra, porque tenham certeza, fora daqui só existe o nada, a escuridão, a terra na cara. Temos de fabricar a nossa própria felicidade. Isto não quer dizer que deixemos a religião de lado. Não. Devemos estudar muito as religiões, elas tem boas coisas a nos ensinar, só não devemos nos deixar enfeitiçar pelo canto da sereia, no caso, a vida no além. Isto é fantasia. É o que Nietzsche chama niilismo. Isto é negar a realidade do aqui e agora para acreditar numa vida além túmulo. Mas a meditação nos reconforta, refaz nossas forças e nos dá confiança para prosseguir em nossa caminhada.

segunda-feira, 3 de setembro de 2018












                         
                                Mestre que vamos fazer agora? Agora? Pequenas ações. Pequenas? mestre. Sim. Pequenas, mas eficazes. Já disse e continuo repetindo. Nada de jogar pedras na lua. Será que ninguém tem um vizinho em que as possa jogar. É como estes vomitaços da redinco ou internet como queiram chamar. É de uma ineficácia que dói. O vomitado está, simplesmente, cagando para quem vomita. Agora, faça uma ação mínima possível e ele e sentirá muito mais incomodado que mil vomitaços. Ponham, por exemplo, um carrinho, uma bacia, um cesto ou qualquer vasilhame cheio de bosta em frente à casa, ou do condomínio onde mora uma destas autoridades, que um bilhete de oferta. Juro, ele vai se incomodar muito mais, desde que se faça de um jeito que a mídia venha divulgar. Se não conseguir que a mídia venha você mesmo deverá filmar o ato e colocar nas redes sociais. 

sexta-feira, 10 de agosto de 2018














                                                            Caminho longo, longo caminho. poeirento e sáxeo. Ando sobre os pedregulhos. Rangem sob meus pés. É preciso chegar. La, vem um carro de boi, cantando sua toada monótona no ranger do eixo na cantadeira, sob o chumaço, no rolar da rodas. São tantos e tortuosos os caminhos mas se há vencê-los, se há de amainá-los, torná-los dóceis à nossa passagem, mesmo sabendo que a cada passo vencido, se colocam mais pedras e empecilhos. Andar por ceca e meca pode nos levar a lugar nenhum. É preciso parar e pensar, embora nas tuas andanças nunca tenhas parado de pensar e até aprendido a pensar. Os franceses dizem que a viagens formam a juventude, mas desmancham as malas. Nada mais acertado, logo, parar, que não se tenha as malas desfeitas e não se possa carregar o conseguido em tuas viagens. 

sexta-feira, 3 de agosto de 2018















                                                       São tantos os canhões que atravessam a terra. São tantas cabeças rolando sobre terra. São tantas as espadas perfurando corpos. São tantas as bombas soltas sobre velhos e crianças. São tantos os foguetes jogados sobre vilas. São tantos os drones enviados sobre pastores. São tanto os trabalhos, tanta a faina, onde está a esperança? São tantas as canções perdidas no espaço. Onde buscar a beleza de seus tons? São tantos os sinos a tocar, são tantos os púlpitos a ouvir. Que farei neste insano mundo? Dize-me, querido mestre. Antes de tudo, nunca deves começar a fazer algo que não possas terminar. Tudo há de ser medido antes. É o que digo sempre: Não jogues pedras na lua. Elas não a atingirão. Assim, não podes atingir o chefe, não o instigue. Derruba um de seus auxiliares, um parente, uma pessoa qualquer de seu circulo de amizade. Não  é isto uma injustiça? Ferir um inocente? Se pensas assim, melhor será desistir de tudo, pegar um terço e ir rezar debaixo da saia da mãe, ou da batina de um padre e esperar ganhar o céu. Se queres o céu, este não é o lugar, disse o mestre em tom de brincadeira, mas brincadeira de verdade. Perguntem aos dois  Bush, perguntem ao Clinton, perguntem ao Obama se estava preocupados  com os inocentes  quando fizeram as guerras fizeram. Perguntem ao Trump se ele está preocupado com os velhos e crianças quando ele solta uma boma a cada 12 minutos pelo mundo afora? Se ele não se preocupou separar crianças de seus pais, imagine o resto.  Mas quem é o marginal é o pobre favelado, que mata por um pedaço de pão. Terroristas são os que não querem que ele lhes roubem o petróleo e outras riquezas de sua terra. Mestre, mas isto não justifica, não podemos ser igual a eles. É? Enquanto eles te batem tu mostras o outro lado do rosto? Onde aprendeste isto? Não, não precisa dizer. Às vezes me bate uma fraqueza, mestre. Sei, é normal. São muitos séculos de dominação e de domesticação. Te ensinaram a ser cordeiro, enquanto eles são leões. Ninguém resite a tal massacre. Os que estão aqui são exceção, são os escolhidos. 

sábado, 30 de junho de 2018















                                  Mestre, tem muito trabalhador comemorando o fim da obrigatoriedade do imposto sindical. E tu estás preocupado com isto, Pilicarpe? Como não estar, mestre? Pois, não devias. Mais algum de vocês, preocupado? Esta reunião não era para se tratar disto, mas puxaste o assunto, assim, vou passar para vocês um pensamento do trisavô de Pilicarpe. Pode servir para o hoje. Não sei se ele sabe. Pilicarpe, homenagem ao trisavô, também, Pilicarpe. Inda o vejo, n´Aroeira, reclamando dos netos. Dando lições. Nunca foi a uma escola, mas lia, escrevia e falava como ninguém, filósofo nato. Dizia: Fico muito puto quando vejo um negro pensar como branco. Realmente, de se indignar, um trabalhador pensar como patrão. Há, um lado bom disto. É que o patrão toma gosto bate mais ainda no trabalhador e isto pode servir de lição. Eu diria que deviam fazer mais. Matar um trabalhador é até ato de caridade cristã. Põe-se fim ao sofrimento. Solução dolorosa, mas faz o que fica, pensar.

quinta-feira, 28 de junho de 2018

CINE SUNT EU, MARYLAND?








                                               Quem sou eu, Maryland? Não sabes? Oh, mundo, ouvirás falar de mim. Não vás repetir o de sempre. A pequena Annapolis será ouvida no mundo e a Capital Gazette, uma publicidade gratuita. Contradição do capital. Quanto não ganhou o capital com as fotos de Che Guevara, seu boné e seu charuto? ganharão com este ato. Detestável. Melhor seria se morrêssemos de velhice! Não. Morre-se a cada minuto, cada segundo. Você já pensou, quantas pessoas meu país apagou hoje, ao redor do mundo? E fazem um escarcéu de pequenos atos de quem se sente injustiçado. Não justifica. Mas por quê o silêncio? Gente precisa falar o que sente, aqui não pode. Não é patriótico. Na terra dos apaches, (Apaches do Tororó, te amo), dos comanches, (Suor, cerveja e sangue, no carnaval da Bahia, sete mortes, felizes, morreram dançando),  dos creeks, dos navajos, dos pueblos, dos cherokees, dos iroqueses, dos choctaws, dos sioux, dos blackfeets, dos chipewas, dos mandans  e tantos outros não se pode ser diferente, intolerância. Unanimidade, querem. Democracia do mais forte. Cruéis imigrantes, eles próprios imigrantes, criaram a maior potência do mundo. Hoje, separam, crianças aqui nascidas, de seus pais imigrantes. O mestre diz: Se não podes alcançar a lua, não lhe jogue pedras. Joga-as no mais próximo, surtirão mais efeito. Alguém mesmo chegou reconhece isto dizendo: ataques assim atingem toda a nação. Helas, nenhum povo venceu sem derramar sangue, seu e dos vencidos. Portanto, não se julgue qual sangue derramado é mais justo. Todo sangue derramado é igualmente feroz. E a prisão? pior, é morte lenta. Um morto vivo, o prisioneiro.

segunda-feira, 11 de junho de 2018













                                                          Ela vem apressada. Atravessa um bosque onde não penetra o sol. Traz um capuz, esconder o rosto e não ser reconhecida. Veste uma túnica puxando para o cinza e por baixo outra mais ajustada ao corpo de cor mais escura. A certo momento, porque tinha certeza de que estava sendo seguida, vai-se desfazendo do cinza, queimando-a pelo caminho. Isto pode ser uma, mas ela em zigue-zague, em círculos e de costas como faziam os índios para despistar possíveis seguidores. O bosque vai-se tornando claro à proporção que se aproxima de seu destino. Uma construção à moda de castelo onde lhe esperam os membros da organização. Do alto eles a esperam, mas quando chega à porta, eles demoram em abri-la. Ela grita, olhando para o alto. Que vocês estão esperando? Que me matem para abrir esta porta? Como que reconhecendo sua voz, abrem a porta e ela entra. A porta se fecha imediatamente. As mulheres têm, na organização o mesmo status que o homem, não há distinção, cada qual homem ou mulher vai-se  encaminhando para tarefas de acordo com a aptidão de cada um. Em algumas formas de luta mesmo, há mulheres melhores que os rapazes. Tudo aqui é de uma disciplina impressionante. A regra maior é o silêncio, fala-se pouco, não por imposição, mas por disciplina, por hábito de pensar. Diria uma espécie de convento, onde tudo segue um horário, uma regra.

domingo, 3 de junho de 2018

                                                       












                                                              Cicuta. A quem te lembras? Bomba de Hiroshima te leva a quem? Cadeira elétrica te leva aonde? Guilhotina te lembra alguma coisa? Já ouviste falar de Guantânamo? Gulag que significa para você? E Patrice Lumumba você já ouviu falar dele? Você sabe que a Bélgica e a CIA  o mataram? Você tem noção de quantas pessoas  morreram na segunda guerra mundial? Quarenta e cinco milhões, talvez. Para quê? Em verdade o que defendiam estas pessoas? O capital de uns poucos? Mudou alguma coisa? Talvez nunca se justifique uma guerra, mas se tens um tirano em tua terra, é preciso que seja eliminado. E saiba, nem sempre é um governante o tirano. Podes ter um tirano bem em tua  frente e tu o suportas em nome de que? Da piedade cristã? Pergunta se ele tem piedade de ti. 

quarta-feira, 9 de maio de 2018








                                             

                                                       Não é demais repetir. Toda forma de luta é legítima para se atingir um objetivo. Lembremos as visacanias  ou vishkanias, capazes, algumas delas, de matar uma pessoa só com um olhar. Eram jovens educadas desde a infância para liquidar o inimigo. Alimentadas com doses homeopáticas de veneno até se tornarem imunes a seu efeito. Imunes, Comiam e bebiam com a vítima o alimento ou bebida envenenado que o levava à morte.  
                                 Assim, tem em mente que tudo é válido e legítimo  para vencer o inimigo.                  
                                   Se Podemos fazer isto na atualidade? Claro e com muito mais perfeição. Aliando-se os ensinamentos históricos às novas tecnologias a possibilidade de erros é muito menor. Ninguém espere vencer o inimigo de uma só investida, isto pode acontecer, mas é sobretudo estudando nossos erros que conseguiremos uma ação perfeita no futuro. Isto quer dizer que nossos primeiros homens ou mulheres poderão fracassar em sua missão, mas alguém tem de correr o risco, senão nunca se chega lá. O mundo mudou, hoje há de se educar meninos e meninas para esta tarefa.
                                                       Tu me perguntas se isto não é imoral ou  injusto. Respondo. Já vistes se vencer uma guerra com a moral, com honestidade? Não caias no engodo da moral burguesa. A moral foi inventada para subjugar as classes inferiores, porque a elite está se lixando para a moral, ela sabe que as classes inferiores, acostumadas a obedecer, vão seguir suas regras, embora ela não a obedeça, porque feitas justamente para sujeitar os de baixo. Por isto é difícil uma revolução. O vizinho vai logo dizer: Mas meu patrão é diferente. Esqueçamos isto. Fixemo-nos na nossa voluntária, em breve estará preparada para esta sublime tarefa, enquanto preparamos outros e outras para esta tarefa. 

ENERGIA, ECONOMISE

                 Mestre, como fazer então? Não faz. Não fazer é a melhor opção. Não se deve gastar energias por coisas de menor valor; guard...